A CETESB é reconhecida nacional e internacionalmente pela sua atuação ambiental. Em parte, isso se deve a qualidade de formação de seu corpo técnico, disposto sempre a aprofundar seus conhecimentos.
Desse modo, é muito gratificante parabenizar a conquista de um profissional da Casa, como o recém-doutorado da especialista do setor de Química Orgânica, Camila Rodrigues da Silva, que obteve o título de doutora em Ciências (Química) pelo Instituto de Química da USP, com a tese intitulada “Amostragem passiva de poluentes orgânicos hidrofóbicos em ambientes aquáticos como ferramenta de monitoramento ambiental”, trabalho desenvolvido dentro do Projeto FEHIDRO.
Para Maria Inês Zanoli Sato, gerente do departamento de Análises Ambientais, a tese foi desenvolvida com muita competência e dedicação. “A Camila, agora doutora, trabalhou durante todo período da pandemia de forma presencial para desenvolver não somente o projeto/tese, mas também a rotina laboratorial. A defesa foi brilhante e muito elogiada pela banca”. A gerente ainda frisa “é muito gratificante ver a nossa equipe fazendo ciência com respostas importantes para a qualidade ambiental e saúde humana, gerando produtos de aplicação direta nos programas de qualidade da CETESB, o que fortalece a atuação da Companhia. Exemplo de motivação que devemos fomentar e apoiar”.
“A CETESB, na atual gestão, chegou ao topo da sua eficiência. Os colaboradores da casa foram peças primordiais para que a Companhia superasse todas as metas estabelecidas. Felicito a doutora Camila pela sua dedicação ao conhecimento e comprometimento com o trabalho”. Comemora a diretora – presidente da CETESB, Patrícia Iglecias.
A seguir, doutora Camila comenta um pouco mais sobre sua tese:
O doutorado teve como título “Amostragem passiva de poluentes orgânicos hidrofóbicos em ambientes aquáticos como ferramenta de monitoramento ambiental”.
Os poluentes orgânicos hidrofóbicos são compostos orgânicos provenientes principalmente de atividades industriais. Exemplos desses poluentes são as dioxinas e furanos e as bifenilas policloradas (PCBs). Esses compostos persistem (baixa degradação) por muitos anos no meio ambiente, podendo se bioacumular em seres vivos e têm como característica serem substâncias apolares (hidrofóbicas). Devido a essa propriedade apresentam baixa solubilidade em água e, portanto, baixa concentração nesse líquido.
No entanto, o conhecimento dos níveis de contaminação desses poluentes em águas é de fundamental importância dentro de programas de monitoramento ambiental para subsidiar ações de controle, estabelecer padrões de qualidade ambiental, fiscalizar potenciais fontes de poluição e ainda verificar o atendimento às regulamentações vigentes para monitoramento de água.
O doutorado teve como objetivo estudar a amostragem passiva como alternativa à amostragem de água pontual. Na prática, o amostrador passivo é um polímero que é exposto em campo por semanas ou meses, e os poluentes são acumulados no polímero durante o tempo de exposição.
É importante notar que uma grande vantagem do uso dos amostradores passivos são os resultados da concentração dos poluentes obtidos proporcionais ao tempo que o amostrador ficou exposto na água, o qual pode ser de semanas a vários meses, permitindo que episódios de aumento da concentração de poluentes na água (devido a descartes, derramamentos etc.) sejam amostrados.
A conclusão do estudo indicou que a amostragem passiva pode ser utilizada para monitoramento ambiental como uma técnica complementar para melhorar a qualidade da avaliação de risco ambiental.
Texto: Cris Leite
Colaboração: Camila Rodrigues da Silva
Fotos: Pedro Calado