Você está visualizando atualmente Associações debatem medidas preventivas para garantir a qualidade do ar

Patrícia Iglecias, diretora-presidente, Lucia Guardani, gerente da Divisão de Qualidade do Ar, representaram a CETESB no evento virtual transmitido pelas redes sociais

A AIDIS – Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental e a ABES-SP – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental promoveram, em 16/08, o 26º Encontro Técnico de Alto Nível, quando foram discutidas as medidas preventivas adotadas pelos governos, na busca da melhoria da qualidade do ar.

O evento, transmitido pelo canal do YouTube, ganhou uma importância maior, já que ocorreu no momento em que o IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas acaba de divulgar um novo relatório, concluindo que o mundo não pode evitar alguns dos impactos devastadores das mudanças climáticas, sendo que a principal das cinco conclusões básicas do documento e a principal delas é que os seres humanos contribuíram decididamente para o aquecimento do planeta, como ressaltou a diretora-presidente da CETESB, Patrícia Iglecias, durante a abertura oficial do encontro.

Segundo ela, as atividades humanas, no geral, liberam poluentes para a atmosfera, seja pelo fogo com o qual o homem primitivo se aquecia seja pela expressiva queima de combustíveis hoje praticada pelo setor industrial e de transporte. “Como resultado a poluição do ar é um dos mais significativos impactos ambientais, principalmente, nos grandes centros urbanos e áreas fortemente industrializadas”, frisou.

Colocou que o Estado de São Paulo, preocupado e ciente dessa condição, desde 1976, estabeleceu legislação para corrigir essa situação adversa e implantou medidas efetivas de controle da emissão de poluentes atmosféricos, como o (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores) e, posteriormente, o PROMOT (Programa de Controle de Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares), programas federais que contam com a participação direta da CETESB, em que os veículos novos têm limites de emissão cada vez mais reduzidos, lembrando também as melhorias nos combustíveis.

De acordo com os dados obtidos na rede de monitoramento da CETESB, os níveis de poluição do ar caíram ao longo do tempo no estado, “entretanto ainda existem locais em que os padrões ambientais desejáveis para proteção da saúde humana não são plenamente atendidos para alguns poluentes”, acrescentou Patrícia Iglecias, ressaltando que os poluentes que mais comprometem a qualidade do ar em São Paulo são o material particulado e o ozônio.

Destacou, também, que no ano de 2013, o Estado de São Paulo foi pioneiro na renovação da legislação, acatando as diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o estabelecimento de novos padrões de qualidade do ar, seguido em 2018, pela legislação federal, adotando metas intermediárias gradativas e progressivas, até que se atinjam os valores finais estabelecidos por aquela organização, sendo que a primeira meta deverá entrar em vigor a partir de janeiro de 2022.

Reforçou que nas áreas que não atendem aos padrões de qualidade vigentes, há o Plano de Controle de Emissões Atmosféricas, composto do Plano de Redução de Emissão de Fontes Estacionárias (PREFE), em conjunto com o Plano de Controle de Poluição Veicular (PCPV), visando à redução das emissões dos poluentes em desconformidade e, consequentemente, o atendimento aos padrões de qualidade do ar.

Patrícia Iglecias concluiu sua fala, ressaltando que “a redução da poluição é sempre fruto de contribuição de toda a sociedade”, tendo a CETESB papel preponderante no controle das fontes industriais e participação importante nas políticas nacionais de controle das emissões dos veículos automotores.

Socorro Gross, representante da Organização Pan-Americana da Saúde, também se destacou em sua fala, ao afirmar que, em razão do agravamento da qualidade do ar no planeta, “mais de 7 milhões de pessoas morrem por ano, sendo um quarto na região das Américas”, realçou a representante da OPAS no Brasil.

Participaram, ainda, da mesa de abertura Luiz Roberto Pladevall, presidente da ABES-SP; Esteban Leigue, presidente da AIDIS; Viviana Borges, presidente de AESabesp; Uladyr Nayme, presidente da ASEC/CETESB; Jordi Pon, coordenador Regional Programa de Químicos, Resíduos e Qualidade do PNUMA para América Latina e Caribe, Panamá, tendo como moderador Nelson Gouveia, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Palestrantes

Maria Lucia Guardani, gerente da Divisão de Qualidade do Ar da CETESB, foi uma das palestrantes do encontro, apresentando a evolução da qualidade do ar em São Paulo e o trabalho desenvolvido pela agência por meio de sua rede automática e manual de monitoramento, e a nova versão do aplicativo desenvolvido pela CETESB sobre a qualidade do ar.

Segundo Maria Lucia, desde que foi implantada, em 1981, a CETESB conta atualmente com 63 estações automáticas de monitoramento do ar em todo o estado. “São mais de 800 equipamentos que, geram, diariamente, um conjunto de aproximadamente 20 mil dados, sobre concentração de poluentes na atmosfera”, afirmou.

Ocorreram palestras sobre a poluição nos grandes centros urbanos, a cargo de Agnes Soares, da OPAS; a qualidade do ar e mudanças climáticas, por Juan Castillo, também da mesma organização pan-americana; sobre as ações de qualidade do ar na América Latina e Caribe, apresentado por Luísa Herrera, do PNUMA; a contribuição da região metropolitana de São Paulo na emissão de contaminantes de impacto climático, por Maria de Fatima Andrade, do Instituto Astronômico e Geofísico da USP; e o engajamento da sociedade na conservação e no desenvolvimento sustentável da Amazônia, a cargo de Virgílio Viana, superintendente da Fundação Amazônia Sustentável.

Assista à íntegra em https://www.youtube.com/watch?v=cJ5mCbYRY_I

Texto: Renato Alonso
Revisão: Cristina Leite
Printes: Pedro Calado
Programação da matéria no site: PPSM