CETESB promoveu live para falar sobre o sucesso do acordo.
“Nosso objetivo é formar uma grande coalizão, com empresas, entidades e instituições, com metas voluntárias de redução das emissões de gases de efeito estufa, visando colocar São Paulo ainda mais próximo do apoio essencial ao país para o cumprimento das metas do Acordo de Paris”.
Com essas palavras, a assessora da Presidência da CETESB, Josilene Ferrer, representando a presidente da Companhia, Patrícia Iglecias, abriu e foi a mediadora da _live_. Anunciou que o Acordo, lançado em novembro de 2019, com 55 aderentes, conta até o momento com a adesão de 181 empresas e associações.
O Acordo tem como objetivo incentivar empresas paulistas a assumirem compromissos voluntários de redução de emissão de gases de efeito estufa, a fim de conter o aquecimento global abaixo de 2ºC, confirmando o compromisso do Governo do Estado de São Paulo.
A adesão será renovada automaticamente até 2030 e pretende induzir a redução de GEE – gases de efeito estufa – nos próximos 10 anos, promovendo o reconhecimento dos signatários como membros da comunidade de líderes em mudanças climáticas, além do apoio técnico governamental.
Os nomes de todos os aderentes podem ser conferidos no endereço
https://cetesbhomolog.sp.gov.br/acordo-ambiental-sao-paulo/.
Representantes dos setores comemoraram
Transmitido pelos YouTube e Facebook, o encontro virtual teve como participantes Cristiane Lima Cortez, assessora técnica do Conselho de Sustentabilidade da FECOMERCIO SP; Renata Camargo, coordenadora Jurídica e de Sustentabilidade da UNICA; Camila Ramos, vice-presidente de Financiamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica -ABSOLAR; Adalberto Maluf, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico – ABVE; e João Cesar Menghel Rando, CEO do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV).
O presidente da UNICA, que também é presidente da Câmara Ambiental de Mudanças Climáticas, da CETESB, fez questão de entrar rapidamente na _live_, ressaltou que “está cada dia mais claro que o desenvolvimento só pode ser compreendido em sua concepção mais completa, mais plena, que pressupõe aspectos de sustentabilidade, que hoje passa cada vez mais pela redução das emissões dos gases causadores do efeito estufa e das consequências que essas emissões trazem para a vida concreta das pessoas”.
Então, segundo o dirigente, o Acordo Ambiental é, sem dúvida, uma grande resposta que o Brasil, a partir do Estado de São Paulo, oferece aos seus cidadãos, à sua sociedade, mas também à comunidade global. “É com uma alegria enorme ver que estamos completando um ano de existência, com um nível cada vez maior de adesões e, portanto, um compromisso socioambiental ainda mais relevante. Sem dúvida, nosso exemplo vai inspirar outras empresas, companhias, instituições a fazerem o mesmo”, disse.
Cristiane Cortez, da Fecomercio SP, cujo Conselho de Sustentabilidade é presidido pelo prof. José Goldemberg, ex-secretário de Estado do Meio Ambiente, comentou sobre a importância de entidades como a sua participarem do Acordo, pois, conforme ela, as empresas associadas ao Fecomercio, a maioria pequenas e médias, às vezes, se sentem alheias ao problema das emissões de GEE. “Por isso, estamos dialogando muito e alertando as empresas para que elas se sintam responsáveis e tragam sua colaboração, e de forma voluntária, para a redução das emissões”.
Camila Ramos, da Absolar, por sua vez, destacou que, apesar da pandemia, o setor fotovoltaico, que tem como um dos seus objetivos ampliar o uso da energia solar fotovoltaica na matriz elétrica brasileira, teve um crescimento forte neste período. “A potência instalada só da geração distribuída solar aqui no Brasil aumentou mais de 55% nos últimos oito meses”, informou. Ela falou também que o setor tem sido muito procurado e auxiliado não só empresas, como também governos municipais que querem mudar para uma matriz energética mais limpa.
Renata Camargo, também da UNICA, enfatizou a importância do fim das queimadas, antiga prática nos canaviais e prejudicial ao meio ambiente. Observou que desde 2017 o corte da cana é praticamente só mecanizado, sem o uso do fogo, ressaltando que só esse aspecto operacional, por si só, já impacta “absurdamente” no ciclo de vida da cana-de-açúcar, porque se deixa de emitir CO2 – gás carbônico – da queima e, ao mesmo tempo, ainda, de forma positiva, se absorve o CO2, no próprio crescimento da planta. Ela também lembrou, como contribuições do setor para a mitigação das mudanças climáticas, a produção do etanol, combustível renovável, o biogás a partir da vinhaça e a cogeração de energia elétrica a partir do bagaço, e ainda louvou o papel da CETESB em todo esse processo e com a iniciativa do Acordo Ambiental SP.
Por seu lado, José Cesar Rando, contou que o inpEV conseguiu integrar todos os elos da cadeia ligada às atividades de sua entidade, desde os produtores rurais, passando pelos comerciantes e unidade de recolhimento das embalagens vazias, até as instâncias governamentais, e trabalhar com ecoeficiência e economia circular. Para ele, o Brasil da sustentabilidade precisa ser mostrado no exterior e, nesse sentido, ele acredita que o Acordo Ambiental SP irá contribuir para isso, em especial em eventos como a COP, da ONU.
E Adalberto Maluf, da ABVE, chamou a atenção para o fato de que, na pandemia, a maioria dos países vêm repensando as questões ambientais e, especialmente, a climática, com a qual o setor que representa, da eletro-mobilidade, tem muito a contribuir com o Brasil. Elogiou o Acordo Ambiental SP: “O Acordo representa um marco muito importante. É um exemplo para o governo federal em matéria ambiental. É fundamental essa liderança que o Estado de São Paulo assume, pois o país é uma potência ambiental e tem muito com que se beneficiar com iniciativas como esta, inclusive na geração de empregos”.