Em discussão, a busca de tecnologias para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa
Na terça-feira, 24/9, a CETESB juntamente com os pesquisadores que participaram da elaboração do “Estudo de Baixo Carbono para a Indústria do Cimento no Estado de São Paulo”, em especial o coordenador técnico Sérgio Pacca (USP), apresentou ao Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) e especialistas da Universidade São Paulo, o referido documento.
O estudo é resultado de uma parceria entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a agência ambiental, para o desenvolvimento de estudos setoriais para a indústria paulista nas áreas de siderúrgica, química, cal e cimento. Na ocasião, também foram apresentados dois outros estudos desenvolvidos pela indústria: o Technology Roadmap: Low-Carbon Transition in the Cement Industry (International Energy Agency – IEA/ Cement Sustainability Initiative – CSI) e o Roadmap Tecnológico do Cimento (SNIC/ Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP): Potencial de redução das emissões de carbono da indústria do cimento brasileira até 2050.
No documento foram estabelecidos cenários de referência de baixo carbono, entre 2014 e 2030, considerando as emissões de gás de efeito estufa (GEE) nos processos produtivos e de conversão de energia, e as alternativas de redução de emissões, seus respectivos custos e potenciais. De acordo com as projeções para o cenário de referência, as emissões de CO2 do setor de cimento no Estado terão um aumento de cerca de 43% em 2030 em relação a 2014, por conta do aumento da produção de cimento.
Também foram feitas projeções para o aumento do teor do clínquer – definido como insumo básico de fabricação do cimento Portland, habitualmente com a adição de sulfato de cálcio, calcário e/ou escória siderúrgica. Esse aumento deverá atingir 77% em 2030, e por conta disto o fator de emissão por tonelada de cimento também irá aumentar. A outra parte expressiva da emissão – de 35% a 40% – está relacionada à queima de combustíveis fósseis. Já o cenário de baixo carbono implica em uma redução das emissões em 28% em 2030 em relação a 2014. A maior parte das emissões evitadas está associada com o uso de filler em substituição ao clínquer.
De acordo com Josilene Ferrer, assessora da presidência da CETESB e coordenadora executiva do projeto, a aproximação com o setor, que teve inicio quando o projeto foi concebido em 2014, vem dando frutos, e essa aproximação faz parte do Programa CETESB de Portas Abertas. Segundo ela, “esta reunião visou desenhar uma nova abordagem sustentável e voluntária para o setor”, observou.
O enfoque do estudo apresentado e as discussões envolvendo os especialistas da USP, SNIC, setores do cimento e do BID, ficou concentrado na análise de tecnologias para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa, com a necessidade de se estabelecer a regulamentação de procedimentos específicos.
Participaram da apresentação Gonzalo Visedo, do SNIC; Luiz Germano Bernart Junior, da Votorantim Cimentos; Daniel Mattos, da Associação Brasileira de Cimento Portland; Alexandre Citvaras, da InterCement – Construindo parcerias Sustentáveis e Vanderely John, coordenador do Centro de Inovação da USP, entre outros especialistas do setor. A diretora-presidente da CETESB, Patrícia Iglecias, ao encerrar o encontro, no período da tarde, agradeceu o esforço de todos na busca das melhores alternativas para reduzir as emissões de CO2 da indústria.