A gestão adequada dos resíduos sólidos motiva discussões em todo o planeta. Na segunda-feira, 15 de abril, a diretora-presidente da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) Patrícia Iglecias participou do Seminário Internacional de Resíduos Sólidos intercâmbio Brasil x Estados Unidos, promovido pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), na capital paulista.
O encontro promoveu o diálogo e a troca de experiências sobre o processo de erradicação dos lixões e a estabilidade econômica e regulatória do setor de resíduos nos Estado Unidos.
Patrícia Iglecias apresentou “As perspectivas do Brasil para avançar na agenda setorial”, que mostra sua visão sobre os desafios da logística reversa no Brasil e a necessidade de valorização da indústria recicladora.
De acordo com ela, o Brasil ainda tem muitos desafios em relação à gestão dos resíduos sólidos. “A atribuição correta da responsabilidade entre municípios, consumidores e setores produtivos precisa ser equacionada. E quanto mais a logística reversa for independente e estruturada, melhores condições teremos de avançar”.
Ainda sobre desafios, Patrícia Iglecias propôs uma reflexão sobre a coleta seletiva, que embora seja a alternativa viável no país no momento, não é a melhor solução, pois nem todos separam o seu resíduo. Assim como poucos conhecem o que é a reciclagem. “É preciso informação e educação ambiental”, lembrou.
A diretora-presidente disse também que a inclusão do comércio e dos municípios nos termos de compromissos de logística reversa é outro desafio que a CETESB está trabalhando para equacionar.
O estado de São Paulo passou a exigir que as empresas apresentem um plano de logística reversa e um relatório do que está sendo desenvolvido no momento da renovação da licença de operação.
“O papel da CETESB é de construir junto com o setor privado o que é razoável e viável de ser feito. Temos o programa CETESB de Portas Abertas para receber essas demandas, entender as dificuldades e avançar com os setores”, destacou Patrícia Iglecias.
A CETESB tem termos de compromissos assinados com setores de Embalagens de Agrotóxicos, Filtros Usados de Óleo Lubrificante Automotivo, Óleo Comestível, Pilhas e Baterias Portáteis, Baterias Inservíveis de Chumbo Ácido, Embalagens Plásticas Usadas de Lubrificantes, Embalagens Vazias de Saneantes Desinfetantes e Desinfetantes de Uso Profissional, Produtos eletroeletrônicos de uso doméstico, Embalagens em geral – FIESP, CIESP e ABRELPE e Embalagens em geral – ABIHPEC, ABIPLA e ABIMAPI.
O seminário provocou também a troca de informações e estratégias entre os órgãos ambientais Brasileiros e representantes da National Waste & Recycling Association. Os Estados Unidos da América EUA chegaram a ter 19 mil lixões que, ao longo das décadas, foram sendo substituídos paulatinamente por aterros sanitários. A partir dos anos 80, houve um movimento de consolidação de operações em aterros regionais, o que reduziu a quantidade de instalações de 7.924, em 1998, para 1.956, em 2014, segundo a Environmental Protection Agency (EPA).
Ainda entre os assuntos na programação, a apresentação de alternativas para superação dos desafios brasileiros no setor, abordando desde questões relacionadas à reciclagem, passando por subsídios, logística reversa e indústria recicladora.
O seminário teve a presença do subsecretário estadual de Meio Ambiente Eduardo Trani e do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. A realização foi do Comitê de Resíduos Sólidos da Abdib, com apoio das entidades setoriais Abetre, ABLP, Abrager, Abrelpe, Selurb e Selur.