Os níveis dos poluentes atmosféricos monóxido de carbono (CO) e dióxido de enxofre (SO2) registrados pela CETESB na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) em 2017, apesar da expansão da frota automotiva, estão entre os mais baixos da década, mostrando a eficácia dos diversos programas de controle adotados. Essa é uma das informações no novo relatório anual de qualidade do ar, relativo ao ano de 2017, produzido pela agência ambiental paulista.
O documento mostra que o ano passado foi marcado por condições meteorológicas que influenciaram no regime de chuvas, variando com meses muito chuvosos e outros muito secos e quentes nas regiões do estado. De acordo com o relatório, o inverno de 2017 foi considerado meteorologicamente bastante favorável à dispersão dos poluentes, entretanto houve longos períodos de estiagem, em julho e setembro, quando foram observadas concentrações mais elevadas de alguns poluentes.
Na RMSP, registrou-se concentração média anual de partículas inaláveis (MP10) de 29 microgramas/m³, igual à encontrada em 2016. Nesse caso, também se verificou uma melhora dos níveis ao longo do tempo, em razão dos programas de controle de emissão. Porém, as concentrações médias tendem à estabilidade nessa região, indicando que, mesmo com as emissões de veículos novos cada vez mais baixas, elas são suficientes apenas para compensar o aumento da frota e o comprometimento das condições de tráfego.
Embora na maioria das estações do Estado as concentrações médias de partículas inaláveis tenham sido semelhantes às observadas em 2016, houve ligeiro aumento dessas concentrações em algumas estações do interior do Estado, o que pode estar associado à ocorrência de longos períodos de estiagem. Foram registradas ultrapassagens dos padrões de qualidade do ar de material particulado (MP) em algumas estações da RMSP, da Baixada Santista e do interior.
Apesar de as precipitações terem sido, na maior parte do tempo, superiores às médias climatológicas, este fato não foi suficiente para evitar a ocorrência de episódios de altas concentrações de ozônio, em alguns locais do estado, principalmente nos meses de setembro, outubro e dezembro.
Na RMSP, que apresenta alto potencial de formação de ozônio devido principalmente às emissões veiculares, foram registradas ultrapassagens do padrão estadual de oito horas desse poluente (140 µg/m3) em 28 dias em 2017, contra 32 dias em 2016. Apesar da diminuição do número de dias de ultrapassagens do PQAr em relação ao ano anterior, o documento frisa que não há uma tendência de comportamento definida para esse poluente.
Nas estações da Baixada Santista, houve uma única ultrapassagem do padrão estadual de ozônio, em Cubatão-Vale do Mogi. No interior, ocorreram ultrapassagens do PQAr estadual do poluente na maioria das estações, com exceção de Araçatuba, Bauru, Campinas-Vila União, Guaratinguetá, Jaú e São José dos Campos.
Em termos gerais, conforme o relatório, os níveis observados para diversos poluentes, em 2017, foram semelhantes aos do ano anterior.
Controle da poluição
Visando ao controle da poluição atmosférica e à redução dos níveis observados, a CETESB desenvolve uma série de programas e atividades, dentre as quais destacam-se o Plano de Controle de Poluição Veicular (PCPV), o Plano de Redução de Emissão de Fontes Estacionárias (PREFE), a fiscalização e controle das emissões industriais e o programa de fiscalização de fumaça dos veículos a diesel.
E, de forma a aprimorar o diagnóstico ambiental do Estado, destaca-se em 2017 o início de operação de duas estações automáticas de monitoramento da qualidade do ar, sendo uma estação móvel em Mogi das Cruzes, na RMSP, e outra fixa em Guaratinguetá, no Vale do Paraíba. Essas estações, em conjunto com as demais existentes, compuseram as redes de monitoramento da qualidade do ar da CETESB, totalizando 62 estações da Rede Automática e 27 pontos de monitoramento da Rede Manual.