A primeira abordagem, que deverá ser complementada por novos levantamentos, contemplou o período de 2014 a 2030
Texto: Rose Ferreira
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA) e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) apresentaram nesta terça-feira (21/11), a primeira versão dos “Estudos de Baixo Carbono para a Indústria do Estado de São Paulo de 2014 a 2030”, elaborado com o participação de especialistas nos diversos setores da indústria, e parte de cooperação técnica entre a Agência Ambiental e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O trabalho consiste num diagnóstico das emissões de gases de efeito estufa (GEE) de setores industriais significativos em termos de emissões no estado, e das tendências do comportamento dessas emissões para 2030. Considera também possibilidades de redução de emissão para 2030 e a sua avaliação econômica, sem comprometer a competitividade dos setores da indústria paulista.
Do ponto de vista energético, pode-se destacar tecnologias viáveis e atrativas, com um potencial futuro de redução em torno de 15 milhões de toneladas de CO2 a ser evitado até 2030. Os documentos, resultados da cooperação entre o BID e a Cetesb, estão em consulta pública para sugestões e contribuições, desde outubro de 2017 até dezembro próximo.
Neste primeiro trabalho foram contemplados inicialmente os setores: siderúrgico, cal, químico e cimento e suas emissões de GEE, provenientes de processos industriais e de consumo de energia. Considerando o consumo de energia, o desafio é significativo, pois o setor industrial já conta com um suprimento de energia elétrica, com base majoritariamente renovável. Foram avaliadas também as emissões de consumo de materiais, por meio da incorporação do cimento consumido pela construção civil no estado.
Os cenários no presente estudo foram projetados de 2014 a 2030, tendo como base o ano de 2013, e foram construídos baseados na análise de dados históricos, nas informações apresentadas em publicações dos setores analisados e em informações levantadas pelos autores junto à indústria. Seu objetivo foi apresentar os custos e o potencial de mitigação de GEE para esses segmentos da indústria, a partir da elaboração de cenários de referência e de baixo carbono.
As práticas existentes de redução de emissão, segundo seus coordenadores,não esgotam o assunto, pois eficiência energética e cogeração continuam a apresentar potenciais de redução de emissão. Finalmente, trata-se de uma primeira abordagem desenvolvida para o estado e que deverá ser complementado por outros estudos, propiciando o diálogo com outros segmentos também interessados no tema. “Esse processo é fundamental para a busca de um futuro de baixo carbono para a economia paulista”, segundo Josilene Ferrer, uma das coordenadoras do estudo.
A apresentação dos Estudos de Baixo Carbono para a Indústria contou com as participações do secretário-adjunto de Meio Ambiente, Eduardo Trani; do presidente da Cetesb, Carlos Roberto; do representante do BID, Luciano Schweizer e dos coordenadores técnicos e executivos Sérgio Pacca (USP) e Josilene Ferrer. Ao final da apresentação, houve debates e sugestões entre os representantes dos setores da indústria.