O relatório de balneabilidade da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), divulgado nesta quarta-feira (30/12), mostra que das 179 praias monitoradas no litoral de São Paulo, 160 estão com condições próprias para banho. Apenas 19 praias estão classificadas como impróprias nesta semana, sendo 16 na Baixada Santista e três no Litoral Norte.
Segundo técnicos do Setor de Águas Litorâneas, da CETESB, o principal fator que contribuiu para prejudicar a qualidade das praias foi as chuvas registradas no período que antecedeu a coleta de amostras, realizada no último domingo, dia 27.
As chuvas fazem com que as águas de rios e córregos fluam com mais velocidade carreando detritos e efluentes domésticos e, assim, contribuindo para aumentar a concentração de organismos patogênicos nos pontos de amostragem. O mesmo ocorre nos canais e nas galerias de drenagem, cujas águas empoçadas, que recebem esgoto clandestino, são carreadas para o mar. Além disso, a poluição difusa, representada pelos detritos lançados nas ruas, também é agravada com as chuvas.
Praias impróprias
Segundo critérios estabelecidos na Resolução nº 274/2000 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), vigente desde janeiro de 2001, as praias são classificadas em relação à balneabilidade, em duas categorias: Própria e Imprópria.
Atendendo a essa resolução, o critério adotado pela CETESB para águas marinhas considera que, se a densidade de enterococos for superior a 100 UFC (Unidades Formadoras de Colônias)/100 mL, em duas ou mais amostras de um conjunto de cinco semanas, ou superior a 400 UFC/100 mL na última amostragem, a praia é considerada Imprópria para recreação de contato primário.
Riscos à saúde
Quando uma praia é classificada como Imprópria, os banhistas se expõem ao contato com microrganismos patogênicos, tais como vírus, bactérias, fungos, protozoários patogênicos e ovos de helmintos, causadores de várias doenças, sendo a gastroenterite a mais comum nessas situações. Outras doenças associadas à água poluída por esgoto, menos graves, são infecção de olhos, ouvidos, nariz e garganta.
No período de verão, junto com as férias escolares, a procura por banhos de mar se torna maior e, também nesta época, as chuvas são mais intensas, podendo ocasionar mudanças mais rápidas na qualidade da água do mar. Por isso, recomenda-se que os banhistas fiquem atentos ao Boletim de Balneabilidade das Praias Paulistas da CETESB, atualizado semanalmente neste link.
Texto: Rosely Ferreira e Newton Miura