Técnicos de organismos governamentais da Argentina, Cabo Verde, Cuba, México, Moçambique, Panamá, Peru, São Tomé e Príncipe e Venezuela, além de vários estados brasileiros que estão participando do terceiro programa internacional para capacitação intensiva na gestão ambiental de produtos químicos, em especial os chamados Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) e mercúrio, organizado pela CETESB em parceria com o governo do Japão, participaram na quinta-feira (23) de um treinamento para atendimento a um acidente envolvendo vazamento de produtos químicos.
Simulando um depósito abandonado de uma ferrovia, realizado no subsolo de um dos prédios da CETESB, os 47 alunos tiveram a tarefa de fazer a gestão do combate a um vazamento de tambores contendo produtos químicos. Equipados com roupas de proteção química, proteção respiratória, equipamentos de monitoramento diversos, e, após o combate direto ao acidente, os técnicos passaram por um processo de descontaminação. O exercício envolveu também a avaliação de possível impacto socioambiental gerado na região.
Este projeto é resultado de um programa de parceria entre o Brasil e Japão, denominado Programa de Treinamento para Terceiros Países (TCTP), coordenado conjuntamente pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), e executado pela agência ambiental paulista, na qualidade de Centro Regional para a Convenção de Estocolmo sobre POPs para a América Latina e Caribe. O programa teve a coordenação da Divisão de Acordo Multilaterais, em conjunto com o setor de Atendimento à Emergências e o Setor de Cursos e Transferência de Conhecimento, além de outros organismos da CETESB.
Os poluentes orgânicos persistentes foram definidos pela Convenção de Estocolmo, da qual o Brasil é signatário juntamente com outros 175 países. Trata-se de um tratado internacional, adotado em 2001, e que entrou em vigor em 2004, visando a proteção da saúde humana e do meio ambiente contra os efeitos dos POPs. Essas substâncias, com ampla distribuição geográfica, permanecem nos ecossistemas por longos períodos, além de se acumularem no tecido adiposo dos seres vivos, podendo causar sérios riscos à saúde.
Texto: Rosely Ferreira
Fotos: José Jorge