Especialistas ligados à área da saúde humana e meio ambiente se reuniram, de 01 a 03.08, no auditório da CETESB, para debater padrões para análise de Poluentes Orgânicos Persistentes – POPs, em amostras de ar e leite materno. No decorrer dos três dias, representantes de diversas entidades, entre elas, a Secretária Estadual do Meio Ambiente, o Ministério do Meio Ambiente, a Fundação Oswaldo Cruz, os Institutos de Oceanografia da Universidade de São Paulo – USP e da Universidade Federal de Rio Grande, explanaram sobre o tema.
O encontro contou, ainda, com a participação da especialista Jana Klánová, coordenadora do Centro Regional da Convenção de Estocolmo para países do leste europeu. Os palestrantes trouxeram diversas informações sobre o perigo que esses compostos químicos podem oferecer, bem como esclareceram o padrão de distribuição desses elementos nas suas diversas matrizes ambientais.
Os POPs, também conhecidos como os “Doze Sujos”, são substâncias orgânicas sintéticas que se mantêm inalteráveis na natureza, devido a sua grande resistência à degradação química e biológica. Por serem altamente tóxicos, fazem grande mal a saúde humana e ao meio ambiente, podendo causar diversos problemas imunológicos como infertilidade, distúrbios neurológicos, entre outras doenças. Por este motivo, em parceria com a Organização das Nações Unidas, foi elaborado um tratado internacional, a Convenção de Estocolmo, adotada em 2001 e ratificada pelo Brasil em 2004, criando uma lista com doze poluentes nocivos que devem ser banidos da produção industrial, são eles: aldrin, clordano, DDT, dieldrin, endrin, heptaclor, mirex, toxafeno,hexaclorobenzeno, PCBs – bifenila policlorada, dioxinas e furanos. Em agosto de 2010 foram incluídos noves novos POPs e, em 2011, durante a COP5, foi acrescentada mais uma substância na lista, o endosulfan.
Segundo a Diretora de Qualidade Ambiental na Indústria, do Ministério do Meio Ambiente, Sérgia de Souza Oliveira, o objetivo da Convenção é “proteger a saúde humana e o meio ambiente dos efeitos danosos dos poluentes orgânicos persistentes, bem como promover a utilização, a comercialização e o gerenciamento e o descarte, de maneira sustentável e ambientalmente correta”, observou.
Poluentes Orgânicos Persistentes podem entrar na corrente sanguínea pela alimentação. Geralmente, são carregados por animais ou vegetais expostos aos contaminantes químicos que levam consigo estas substâncias nocivas até o topo da cadeia alimentar, ocupada pelo homem. Com o passar do tempo esses elementos vão se acumulando nos organismos vivos, sendo a única forma de excreção o leite materno, rico em gordura, na qual os “Doze Sujos” são solúveis, acumulando altas concentrações.