A CETESB realizou entre os últimos dias 15 e 18, no Hotel Golden Tower, em São Paulo, o III Encontro do Projeto Rede Latino-Americana de Prevenção e Gestão de Sítios Contaminadas – ReLASC, com a participação de representantes do ICLEI, da Agência Alemã do Meio Ambiente, e de órgãos ambientais do Brasil, Argentina, Chile e México.
Os trabalhos do encontro foram coordenados pelo gerente do Departamento de Tecnologia do Solo, Águas Subterrâneas e Resíduos Sólidos da CETESB, Giuseppe Michelino, que lembrou que o Projeto é uma iniciativa regional latino-americana, sustentada e apoiada por organizações públicas e privadas, visando “estimular junto aos técnicos envolvidos, a produção, disseminação e intercâmbio de conhecimentos e informações sistematizadas no âmbito da gestão e da revitalização de áreas contaminadas, assim como da prevenção da contaminação do solo e águas subterrâneas”.
O primeiro dia do evento, voltado à integração com os representantes dos países latino-americanos e discussão sobre a metodologia do encontro, teve também a estréia da parceria com o ICLEI. O ICLEI é uma associação democrática e internacional de governos locais e organizações governamentais nacionais e regionais que assumiram um compromisso com o desenvolvimento sustentável. Lançado como Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais, em 1990, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, o ICLEI, enquanto movimento desenvolve e gerencia diversas campanhas e programas que abordam questões de sustentabilidade local, fazendo a ligação entre a ação local e as metas e objetivos de acordos internacionais. Como agência ambiental, a associação fornece informações, providencia treinamento, organiza conferências, facilita o intercâmbio entre cidades e constituição de redes, executa pesquisas e projetos-piloto, além de prestar serviços técnicos e de consultoria.
A discussão do regulamento operacional da rede e a aprovação do Portal Web, primeiro da América Latina segundo Michelino, foi um dos destaques do encontro, prestigiado pelo especialista Detlef Grimski, representante da UBA, que abordou a atuação das redes temáticas em seu país, implantadas desde o começo dos anos 90, até os dias de hoje.
Alexandra Denner, da Universidade de Stuttgart, falou sobre o Laboratório Vegas de Pesquisas de Remediação de Áreas Contaminadas, desenvolvidas pela instituição de ensino alemã, que trata em escala piloto de sistemas de remediação. Num segundo momento, a especialista apresentou o programa de capacitação desenvolvido pela universidade, como cursos breves com um dia de duração voltados à temática.
Ao final dos trabalhos apresentados, coube aos participantes manifestarem propostas relacionadas à promoção e sustentabilidade da Rede, ocasião em que foi discutido o planejamento do II Seminário Latino-Americano sobre Áreas Contaminadas, a ser realizado no próximo mês de novembro, no México.
Rede surgiu em 2005
A ideia de criar uma rede latino-americana surgiu em 2005, quando técnicos da CETESB estiveram na Alemanha para treinamento, cumprindo uma das etapas do acordo de transferência de tecnologia para identificação e gestão de áreas contaminadas, firmado em 1993 entre a agência ambiental paulista e a GTZ – Agência Alemã de Cooperação Técnica.
A proposta oficial para a formação da Rede foi consolidada no seminário internacional realizado na CETESB em agosto de 2006, que contou com representantes de instituições governamentais e privadas do Brasil, México, Chile, Argentina, Uruguai e Alemanha. Nessa ocasião, a CETESB foi indicada para assumir a condução da proposta de formação da Rede. Em 15 de dezembro de 2006, foi assinado um Acordo de Cooperação Técnica, com dois anos de vigência, entre a CETESB e Agência Alemã de Meio Ambiente – UBA.
Texto
Wanda Carrilho