A inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto – ETE Mario Araldo Candello representa, para Indaiatuba, um grande passo para a melhoria da qualidade ambiental no município. Localizada na bacia do Córrego Barnabé, a estação vai permitir o tratamento de 100% dos efluentes domésticos de seus 193 mil habitantes, contra o índice que não passava, antes, dos 10%. A entrada em operação dessa unidade terá um reflexo positivo na Bacia do Rio Jundiaí, com o índice de tratamento de esgoto passando dos atuais 53% da população de 800 mil habitantes, para cerca de 72%.
É por isso que a inauguração da ETE de Indaiatuba, no último dia 1º de junho, foi recebida com entusiasmo por Hélio Ungari, gerente da Agência Ambiental de Jundiaí, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB, para quem “a conclusão e o início de operação da estação trará uma contribuição relevante para a Bacia Hidrográfica do Rio Jundiaí, propiciando a continuidade do desenvolvimento do município dentro dos princípios da sustentabilidade”.
A expectativa é de que, até o final de 2012, com a conclusão das obras dos sistemas de coleta e tratamento de esgoto de Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista e Itupeva, os municípios da Bacia do Rio Jundiaí passarão a tratar integralmente os efluentes gerados.
A ETE Mario Araldo Candello, cujas obras foram iniciadas em 1999, está sendo considerado, pelas autoridades municipais, como a obra do século em saneamento da história de Indaiatuba. A estação ocupa uma área de 310 mil m2, com cerca de 80 mil m2 de área construída. Sua vazão de mil litros por segundo é suficiente para tratar o esgoto de Indaiatuba pelos próximos 20 anos.
Segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE, a tecnologia utilizada – tratamento biológico – é uma das mais modernas do mundo garantindo a remoção de 95% da fase orgânica e 80% dos nutrientes, gerando no final água para reuso para lavagem de ruas e rega de jardins, além de futuramente poder ser vendida a indústrias. Os investimentos foram de R$ 40 milhões.
O tratamento da totalidade dos esgotos gerados na bacia é um objetivo que está sendo perseguido desde os primeiros anos da década 1980 quando os seis prefeitos da região, com o apoio da CETESB, elaboraram o projeto “Recuperação da Qualidade das Águas do Rio Jundiaí – Proposta de Ação”. Para a concretização da proposta criaram, no dia 12 de agosto de 1985, o Comitê de Recuperação do Rio Jundiaí com o aval do Governo do Estado.
A CETESB atuou na secretaria executiva do comitê, procedendo à licitação dos projetos dos sistemas de coleta e tratamento de esgoto dos municípios, além de prestar orientação e assistência técnica, e ainda administrar os recursos financeiros. Embora com atraso, devido a mudanças nas administrações no Estado e nos municípios, que promoveram alterações no planejamento e no cronograma, bem como no aporte de recursos, a expectativa é de que, até o final de 2012, todos os esgotos gerados na bacia serão tratados.
Texto
Newton Miura
Fotografia
Hélio Ungari