Em 2010, foi observada uma única ultrapassagem dos limites legais de dióxido de ntrogênio (NO2), precursor do ozônio, na realidade uma ultrapassagem do padrão horário, na estação IPEN-USP – o padrão anual não é ultrapassado há mais de uma década.
As notícias boas ficaram por conta do monóxido de carbono, cujos níveis na RMSP, mesmo com as condições meteorológicas bastante desfavoráveis, estão entre os mais baixos da década, e o dióxido de enxofre, cuja concentração média no ano passado é a mais baixa registrada no período de 10 anos.
Nas demais regiões do estado, destaca-se o aumento da concentração média de partículas inaláveis, na área industrial de Cubatão, associado às condições meteorológicas desfavoráveis. Em Santa Gertrudes, que concentra um importante pólo cerâmico, em 2010 o padrão anual e o padrão diário de MP10 foram ultrapassados.
E, assim como na RMSP, o poluente que mais viola o PQAr nas estações do interior, em regiões com vocação industrial, é mesmo o O3. Foram registradas ultrapassagens do PQAr nas estações de Americana, Jundiaí, Paulínia, Paulínia-Sul, Piracicaba, São José dos Campos e Sorocaba. Também nas regiões com as vocações definidas como “em industrialização” e “agropecuária”, o O3 foi o poluente que se destacou, apresentando ultrapassagens em Araçatuba, Bauru, Jaú, Marília, Presidente Prudente e São José do Rio Preto.
O Relatório de qualidade do ar de 2010 da CETESB traz ainda dados de outras Regiões Metropolitanas do Brasil e de outros países, referentes aos poluentes mais preocupantes na RMSP. A fim de comparação, foram utilizados números de 2009.
Os organizadores do relatório ressaltam que não se trata de um “ranking” de cidades mais poluídas, uma vez que os métodos de monitoramento e critérios de localização das estações variam de cidade para cidade, além de, por se tratar da comparação de apenas um ano (2009), as condições meteorológicas observadas nas diferentes localidades nesse período também podem influenciar na classificação apresentada.
De maneira geral, observa-se que a situação da RMSP é similar à de outros grandes centros urbanos, inclusive de países desenvolvidos.
Texto: Mário Senaga