A estação automática de medição da qualidade do ar instalada ontem, 06/04, pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) no bairro Bom Retiro, em Santos, a 1,6 km do local do incêndio no terminal de tancagem da Ultracargo/Tequimar, na Alemoa, registrou qualidade boa, indicando que a fumaça não está afetando a comunidade no entorno.
As medições, iniciadas às 21 hs de ontem, 6/4, e fechadas às 16 hs de hoje, 7/4, apontaram a média de 20 microgramas/m³ de MP10 (partículas inaláveis) e 14 microgramas/m³ de MP2,5 (partículas inaláveis finas), dentro do padrão de qualidade do ar, considerada boa.
A Cetesb realizou ainda, nos dias 3 e 4 de abril, coletas de amostras de água em vários pontos de saída de água de combate ao incêndio, nas proximidades da travessia da balsa (em frente ao prédio da Alfândega), em frente ao terminal Ecoporto, em frente ao píer da Transpetro e próximo à Vila dos Pescadores.
Os resultados das análises indicaram que o teor de oxigênio dissolvido (OD) nas amostras variava de 0,31 a 3,1 miligramas/litro, valores considerados baixos para a sobrevivência da vida aquática. Além disso, a temperatura da água, ao redor de 27º C, também contribuiu para reduzir a disponibilidade de oxigênio na água. A estes dois fatores soma-se a presença de combustível, constituindo as causas mais prováveis da mortandade de peixes ocorrida no estuário.
A Cetesb coletou, também, amostras de peixes moribundos de espécies marinhas e estuarinas, como paratis, robalos, tilápias, carás e linguados, além de camarões. Nas análises laboratoriais, foram abertos os cinco peixes de maior tamanho para a visualização de suas estruturas internas. Um exemplar de parati sugeria, pelo seu estado de conservação, estar morto já no momento da coleta. Outro peixe apresentava nadadeiras levemente hemorrágicas. Os demais não apresentavam alterações na morfologia externa ou interna. As vísceras dos peixes coletados serão analisadas para a determinação de contaminantes que possam ter causado a mortandade.