Representantes de diversos setores produtivos falaram da importância do Acordo e dos desafios futuros em um mundo pós-pandemia.
Os desafios do Acordo Ambiental São Paulo, após um ano de sua implementação, foi o tema do encontro promovido pela CETESB, em seus canais oficiais no YouTube e Facebook, em 25/11, com mediação da diretora-presidente da Companhia, Patrícia Iglecias.
Paulo Neulaender, diretor da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento – ABRAVA, Lucien Belmonte, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro – ABIVIDRO, Ronaldo dos Santos, presidente da Associação Paulista de Supermercados – APAS, Renata Camargo, diretora da União da Indústria de Cana-de-Açúcar – ÚNICA, e Alessandro Gardemann, presidente da Associação Brasileira de Biogás – Abiogás, foram os convidados.
A dirigente da agência ambiental paulista lembrou, inicialmente, que se comemoram, no momento, os cinco anos do Acordo de Paris, tratado internacional que objetiva a redução do aquecimento global, assinado na capital francesa, em 2015, durante a COP 21 da ONU, para enfatizar a importância dos governos subnacionais e iniciativas como o Acordo Ambiental São Paulo.
Ressaltou que a sustentabilidade é hoje, sem dúvida, reconhecido sinônimo de eficiência e que sua incorporação cada vez mais evidente pelos setores produtivos demonstram seu envolvimento e comprometimento. Nesse sentido, ela destacou também o Plano de Redução de Emissão de Fontes Estacionárias – PREFE, resultante de Decreto Estadual de 2013, que continha novos padrões de qualidade do ar para o Estado de São Paulo e fruto de ampla discussão e participação da sociedade civil, da Academia e do setor produtivo, com a CETESB, convergindo para uma efetiva política pública ambiental sustentável.
Patrícia Iglecias focou, ainda, algumas dificuldades e desafios, como – a tendência dos consumidores de transferirem a responsabilidade de solucionar a questão dos resíduos somente para os fabricantes, a necessidade de decisões rápidas por parte do órgão ambiental em razão do aumento de grandes ocorrências de eventos extremos, como a pandemia e o maior uso do etanol, – para chamar os convidados à reflexão e também tecerem comentários específicos relativos às participações dos setores que representam, no Acordo Ambiental SP.
Paulo Neulaender recordou que a ABRAVA se envolveu na questão das mudanças climáticas desde o Protocolo de Montreal, com a questão da destruição da Camada de Ozônio, e desde então vem fazendo um esforço muito grande e permanente de comprometimento e conscientização de seus associados. “Educação é tudo!”, arrematou.
Lucien Belmonte, por seu lado, realçou a importância da sustentabilidade. “Hoje quem não fizer sua parte ambiental está morto!”, afirmou taxativamente. Com relação ao PREFE, ele comentou que as empresas que não seguirem o plano de redução de emissões atestarão incompetência e vão lidar com queda de produtividade, como resultado final.
Para Renata Camargo, a expectativa do setor sucroenergético com relação ao Acordo Ambiental SP foi satisfeita. Ela exaltou o importante papel da Câmara Ambiental de Mudanças Climáticas e disse esperar que o fórum produza ferramentas para busca de resultados efetivos na redução de emissões de gases de efeito estufa.
O representante da APAS chamou a atenção para a responsabilidade do setor e lembrou as iniciativas de logística reversa e para diminuir a circulação de sacolas plásticas.
Finalmente, Alessandro Gardemann deu ênfase ao fato do Brasil ter um dos maiores potenciais de produção de biogás do mundo e que o Estado de São Paulo é o ator principal, já que os projetos pioneiros se encontram no território paulista. Entre outros benefícios elencados, ele destacou a substituição de fontes fósseis de energia.
Texto: Mário Senaga
Revisão: Cristina Leite