Diretora-presidente participa de conversa ao vivo em instagram do Planeta Verde

Entrevista sobre a CETESB e a pandemia contou com a audiência de mais de 800 pessoas

A diretora-presidente da CETESB, Patrícia Iglecias, foi a convidada de ontem (05/05) à noite, da “live”, no instagram, do Instituto O Direito por Um Planeta Verde e a Rede LFG de Ensino. A conversa ao vivo, com mediação de Fabiano Melo e que teve como tema a “gestão de resíduos sólidos e saúde durante a pandemia”, também foi transmitida pelo “facebook” e “youtube”, e contou com a audiência e participação de mais de 800 pessoas.

A dirigente da agência ambiental paulista ressaltou, inicialmente, tratar-se a situação atual de “um momento muito novo para todos nós, não só na área de Direito, mas em todas as áreas” e destacou que a OMS declarou a pandemia desde o último dia 11/03, o que gerou, no mesmo mês de março, um decreto legislativo estabelecendo a situação de calamidade pública, demandando uma série de ações.

“São políticas públicas, como muitas outras com as quais nós trabalhamos, de uma forma geral, mas que nos impõem ações mais rápidas”. Conforme a presidente, na CETESB as mudanças nas ações da Companhia são diárias, “em função da situação do dia, da semana, e a área ambiental foi considerada uma área essencial, e portanto estamos trabalhando, e até mais do que no período normal”.

Ela observou que há vários comunicados, que vêm da OMS, dando indicativos de como o país deve se posicionar em relação à atual situação, orientações não só do ponto de vista domiciliar, comercial, mas do próprio poder público. “E é claro que isso depende também de uma certa atuação preventiva por parte do Estado, porém também precaucional, eu diria, porque nem tudo é claro”, lembrando que há muitos estudos, com conclusões diferentes. “Então, nós teremos que tomar ações antes mesmo de termos essa certeza científica”, argumentou.

Patrícia Iglecias também disse que a pandemia traz uma situação já tratada juridicamente e que não pode ser deixada de lado, já que envolve uma situação de força maior. Ela relatou que, como professora de Direito, sempre deu aula sobre o tema da “sociedade de risco”, entretanto, especificamente neste ano, ao abordar o tema, ela se emocionou, dadas as circunstâncias. “Eu tinha vontade de chorar, ao pensar que nós estamos vivendo essa situação. Então, essa pandemia, esta situação de força maior impõe comportamentos também para as pessoas”, explicou.

Ela enfatizou que as pessoas deverão adotar comportamentos, por exemplo, com relação ao próprio encaminhamento de resíduos para a coleta seletiva, tendo em vista a preocupação com os trabalhadores dessa atividade, que manuseiam esses materiais. “Há toda uma situação de risco, e muitas vezes de perigo, em função desses trabalhadores que estarão expostos”, diz.

Questionada sobre o papel da Companhia no que se refere aos hospitais de campanha, em particular na capital, e a gestão de resíduos de saúde, a presidente explicou que esses hospitais são devidamente licenciados pela CETESB, existindo um procedimento de licenciamento específico, com condicionantes. E esclareceu: “É claro que o órgão ambiental, neste momento, também tem que ser sensível, porque nós estamos lidando com uma questão de saúde pública, bastante delicada. As pessoas não podem ficar sem um lugar para o tratamento. Então, temos que, ao mesmo tempo, garantir a questão da saúde e da eficiência na destinação dos resíduos”, complementou.

Por fim, após uma hora de entrevista e bate-papo ao vivo, Patrícia Iglecias concluiu sua participação na “live”, opinando sobre os desafios pós-pandemia, dizendo acreditar que “o que vem depois será uma reflexão, para cada um de nós, de mudança de comportamentos, no sentido de valorizar as coisas realmente importantes e focados naquilo que de fato tem valor”. E, também, afirmou que, em especial, aqueles que trabalham com a questão ambiental, sabem da importância da vida. “Porque falar de meio ambiente, é falar de direito à vida”, finalizou.