5. O Impacto do Regime do Ozônio
Alternativas para substâncias destruidoras de ozônio
Essa história bem sucedida de diplomacia ambiental internacional foi possível porque a ciência e a indústria, estimuladas pelos objetivos claros do Protocolo de Montreal, foram capazes de desenvolver e comercializar produtos químicos alternativos para substâncias destruidoras de ozônio. Essas alternativas assumem a forma não apenas de substâncias substitutas, mas também de novas tecnologias.
De maneira geral, os países industrializados acharam mais fácil do que o previsto eliminar o uso de CFCs. Novas tecnologias se provaram especialmente importantes na indústria de eletrônicos. O setor de expansão de espumas fez uso de água, dióxido de carbono e hidrocarbonetos, bem como de HCFCs. Os setores de refrigeração e condicionamento de ar empregaram largamente HCFCs como alternativas, mas novos equipamentos estão cada vez mais usando hidrofluorcarbonos inofensivos ao ozônio (HFCs), amônia (o produto químico usado nos primeiros refrigeradores) ou hidrocarbonetos, por exemplo, no refrigerador doméstico “greenfreeze” promovido pelo Greenpeace.
Os estoques, ou “bancos”, nos quais CFCs foram produzidos antes da eliminação para uso posterior, ajudaram a estender o período de desenvolvimento e testes.
Os consumidores também usaram bancos para dar tempo extra ao desenvolvimento de substitutos para halons no combate ao fogo. Outros agentes extintores tais como dióxido de carbono, água, espuma é pó seco são agora amplamente utilizado. Abordagens alternativas, tais como boas práticas de prevenção de incêndios, uso de materiais resistentes ao fogo e projetos de prédios apropriados reduziram significativamente a necessidade de sistemas com halons, e a eliminação total foi atingida suavemente até o final de 1993.
Os esforços para a eliminação nos países industrializados estão agora se concentrando nos HCFCs e no brometo de metila. As Partes do Protocolo de Montreal devem garantir que os HCFCs sejam usados apenas como substitutos diretos para outras ODS onde outras alternativas ambientalmente adequadas não estiveram disponíveis. Os HCFCs foram importantes para o cumprimento das primeiras metas de eliminação de CFC, mas são geralmente considerados muito menos significativos para novos equipamentos disponíveis a médio e longo prazo.
A eliminação do brometo de metila é a questão mais difícil. Isso ocorre parcialmente porque ela envolve um conjunto muito diverso de produtores e consumidores em relação àqueles envolvidos com fluorcarbonos, e também porque as alternativas não estão tão disponíveis. O principal uso é na agricultura, principalmente para a fumigação no controle de pragas e ervas daninhas; tal tratamento é freqüentemente exigido por importadores.
O Comitê de Opções Técnicas para Brometo de Metila do UNEP não pôde identificar uma alternativa viável para apenas 10% do uso de brometo de metila em 1991 – embora as opiniões divirjam amplamente sobre a rapidez e os custos da eliminação. Muitos países de qualquer maneira já submeteram este produto químico a controles devido a preocupações com a sua toxicidade. Em 1995 as Partes concordaram com um cronograma de controle, que estabelecia a eliminação até 2.010. Os usos para fins de quarentena e pré-envio são isentos de controles, entretanto, e ainda existe a possibilidade de uma futura isenção por “uso agrícola crítico” após a eliminação total.
Atualizado em março de 2020