O material em suspensão (Figura 7) pode conter tanto partículas orgânicas (como matéria orgânica descrita no item anterior) como inorgânicas (silte e argila, por exemplo) e podem ser nocivas aos peixes em altas concentrações por provocarem obstrução das brânquias, podendo levá-los à morte por asfixia. Além disso, prejudicam o desenvolvimento das comunidades aquáticas pelo soterramento dos ovos e alevinos, modificando os movimentos naturais e migratórios, dificultando a ingestão de alimentos e diminuindo a resistência a doenças.
A quantidade de material em suspensão na água é medida pela turbidez. Maior turbidez devida a material inorgânico limita a quantidade de alimento disponível no meio ao reduzir a penetração de luz, afetando a taxa fotossintética e, portanto, toda a cadeia alimentar.
O aumento da turbidez pode ter causas naturais como chuvas fortes, que podem tanto carrear material das margens para dentro do corpo d’água como causar a recirculação da coluna d’água previamente estratificada, promovendo o soerguimento de partículas do fundo para as camadas mais superficiais (zona eufótica). A camada mais profunda da coluna d’água é muito pobre em oxigênio, atingindo freqüentemente a condição de anoxia (Figura 8).
A estratificação térmica é muito importante, pois implica numa estratificação química e muitas vezes numa estratificação biológica. A alteração de condições ambientais que levem à circulação da água causa a queda abrupta da concentração de oxigênio, causando mortandade no local (Figura 9).
A ocupação inadequada do solo pelo homem, eliminando, por exemplo a mata ciliar, tem agravado muito este problema. A forte erosão em áreas agrícolas, além de prejudicar a qualidade dos solos, compromete os corpos d’água da região. Rios e córregos outrora límpidos, já têm hoje as águas permanentemente turvas.