Os mapas de sensibilidade devem ser compilados associando informações sobre a vulnerabilidade dos ecossistemas costeiros, os recursos biológicos e socioeconômicos presentes.
Essa classificação deve se basear no tempo de permanência do óleo no ambiente que está associado a condições ambientais do próprio local como grau de hidrodinamismo, declive e tipo do substrato (areia fina, areia grossa, cascalho etc), sensibilidade da biota associada ao ambiente e a possibilidade de aplicação de técnicas de limpeza após uma contaminação. Algumas técnicas podem se mostrar inviáveis por acarretarem danos adicionais à biota. Locais de difícil acesso podem comprometer as ações por impedir o posicionamento de recursos para realização da limpeza.
Localização de recursos biológicos
Deve conter nesse item informações sobre espécies particularmente sensíveis a derrames de óleo como locais de nidificação, acasalamento, alimentação e ocorrência de aves, mamíferos e tartarugas marinhas. Essas informações devem ser obtidas para as diferentes estações do ano a fim de se obter conhecimento sobre a variação temporal das populações para uma melhor intervenção em uma situação de derrame de óleo.
Nesse item devem ser identificadas áreas de uso recreacional como praias, locais de mergulho, pesca esportiva, além dos acessos possíveis e os diferentes tipos de veículos aptos a cada situação, áreas legalmente protegidas e/ou geridas como parques, reservas, santuários marinhos, etc., locais de extração de recursos como sítios de aquacultura, captação de água para uso industrial e doméstico, áreas de pesca comercial, etc., e locais de patrimônio cultural que abrigam sítios arqueológicos e históricos.
As informações devem ser apresentadas em mapas de forma clara, precisa e objetiva. A NOAA (National Oceanographic and Atmospheric Administration) elaborou uma metodologia de confecção de mapas de sensibilidade cuja metodologia é amplamente utilizada por várias instituições que desenvolvem mapas de sensibilidade em vários países. No Brasil, esta metodologia está sendo utilizada e serviu como base de um documento a ser publicado a nível federal, que oferece diretrizes para a elaboração de cartas de sensibilidade ambiental ao óleo (cartas S A O).
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A CETESB vem nos últimos anos levantando dados de base sobre os ambientes costeiros tanto em relação a aspectos biológicos como socioeconômicos da região do litoral norte do Estado de São Paulo, especificamente na área do Canal de São Sebastião (23°48´S – 45°24´W), com vistas a elaborar futuramente um mapa de sensibilidade para esta localidade. Esta área caracteriza-se pela presença de variados ecossistemas costeiros sensíveis, bem como por uma forte vocação turística portanto de elevada importância socioeconômica. Nesta área está localizado um importante terminal petrolífero, responsável pela movimentação de uma grande quantidade de petróleo e derivados. Por esta razão, os recursos ambientais e socio-econômicos são freqüentemente perturbados por vazamentos de óleo de modo que a elaboração de um mapa de sensibilidade se mostra importante para identificar cenários e balizar as atuações necessárias durante as operações de combate. Paralelamente, pretende-se gerar um banco de dados sistematizando todas as informações ambientais, biológicas e socio-econômicas a ser utilizado integradamente com o mapa.